Em um momento muito estranho das nossas vidas, conheçam o endcredits.

"Nós dois vamos enlouquecer". Foi com uma mensagem, que continha essa frase bem no seu centro, que esse site que você está lendo agora foi concebido. "Dos mesmos criadores do Judão" e "começar a escrever. Sobre tudo, pra tirar da cabeça" são outros trechos da mensagem, que ainda cita a situação desgraçada do jornalismo de cultura pop de maneira geral, mas especialmente no Brasil. Muito especialmente no Brasil. 

Oi. Este é o endcredits., um novo projeto independente fundado por André Mello e Thiago Borbolla – estes que vos escrevem e que já escreveram muito no JUDAO.com.br e outros – que está no ar *checks notes*... agora. Queremos acompanhar, juntos, os créditos finais do fim do mundo (e o que vier depois). 

Se você já passeou pela capa deste site, deve ter encontrado alguns textos escritos por nós no passado e republicados aqui, conteúdos migrados de outras plataformas e mais alguns inéditos que preparamos para essa estréia. Outros textos sobre cinema, séries, jogos, música, humor e cultura também estão na fila para serem publicados no site ou enviados por email nas nossas newsletters. E tudo, absolutamente tudo, criado sem uso de IA. Todos os textos e imagens e áudios que você vir e ouvir por aqui são e serão sempre feitos por humanos.

No endcredits. será necessário uma assinatura para acessar a maior parte dos conteúdos. Quem assinar, seja no plano mensal ou no plano anual, terá acesso a todos esses conteúdos e mais a oportunidade de participar das conversas nos comentários das publicações e, o principal, permitirá que todo esse projeto aconteça.

O que nós queremos com isso?

Foi durante o Summer Games Fest 2025 que essa mensagem foi enviada, mais especificamente durante aquela apresentação de um jogo indie depois do outro, um mais maravilhosamente esquisito que o outro. Estávamos um desempregado, o outro exausto. Uma corrente de pensamentos culminou na mensagem, mas o principal era o de que, na cultura pop, o único jornalismo que resistia de alguma maneira era o de games. O principal motivo? Os tais jogos independentes, que tanta gente faz em casa sozinho, com amigos, em estúdios mínimos. Tanta gente faz tanta coisa que acaba gerando espaço também para a reportagem livre, ao contrário do que acontece com cinema e séries, por exemplo. Há uma série de limitações válidas, é verdade, mas há também estúdios e assessorias de imprensa.

Estivemos lá por 20 anos e sabemos como funciona. Muita gente fica de fora. Nos dias de hoje, quase todo mundo que não está disposto a encontrar um trecho pra algum corte, quase todo mundo que não está disposto a entrar na brincadeira do clickbait, não consegue acesso – que em muitos casos acaba se tornando não só o objetivo, como prêmio.

Aqui no endcredits., pretendemos ter a melhor relação possível com assessorias, mas o nosso compromisso é, acima de tudo, com a gente e com vocês, nossos leitores. Não precisamos assistir a um filme, a uma série, jogar um jogo, ouvir um álbum antes de todo mundo. Se acontecer, ótimo! Se não acontecer, vocês sabem que terão um conteúdo único e especial, mesmo que seja publicado uns dias depois, se for publicado.

É aquela coisa: uma crítica de um filme você encontra em milhares de sites e blogs e contas de Instagram e TikTok com prefixo ou sufixo pop e nerd. Mas uma crítica de um filme do endcredits., feitas por nós, você só vai encontrar em um único lugar. Adivinha onde? ;)

Nossas pautas serão sempre baseadas no que estiver nas nossas cabeças e o que for de interesse de quem nos lê. Não há limite de assuntos ou formas. Da cultura pop à política, em blogs, textos de opiniões, matérias longas, críticas, newsletters, podcasts, tudo sempre do nosso jeito: um trabalho absolutamente sério, com irreverência, amor e diversão, sempre que for possível – não parece muito nesse momento, mas vai que? 😬 

Inclusive, se você tem algum trabalho independente – filme, banda, jogo, gibi, livro, até mesmo um site – e quiser mostrar pra gente, entre em contato! Pode virar pauta, parceria ou quem sabe uma cerveja em algum bar! ;)

Quando o JUDAO.com.br entrou no ar, ainda CuDoJudas.com, o nosso mote era "dominar o mundo". O tempo passou e a gente não sofreu e nem vai sofrer calado, mas não temos nenhuma pretensão tão grande e sem sentido assim. Com o endcredits., queremos fazer o que a gente gosta: escrever e falar sobre o que a gente gosta E se for o caso de apontar dedos, como fizemos no passado quando mostramos que aquele tanto de princesas na verdade se escondiam dentro de vilã digna das suas próprias histórias; do quão inadmissível era entrar numa sala de cinema durante uma pandemia; ou que não, a Summer não era uma vadia.

The End

Desde aquele dia em que Tony Stark entrou na sua mansão em Malibu e deu de cara com Nick Fury, nunca ninguém mais saiu de uma sala de cinema sem esperar os créditos finais acabarem. Nem todos os filmes tem, muitos nem deveriam ter, mas se tornou uma maneira de mandar um abraço pra quem tá acompanhando, ou fazer uma conexão com o que tá vindo por aí. 

Quem, porém, acompanha os créditos de fato? São cerca de 10mins de letrinhas brancas num fundo preto e a gente no máximo pesca um ou outro nome estranho, um que pareça brasileiro só pra assobiar e apontar pela referência. O ponto é que cada uma daquelas pessoas lá creditadas tem um trabalho importante demais na produção de um filme. A doninha do catering, o piloto do carrinho de golf, a galera dos estúdios de efeitos especiais, de som. 

O site tem esse nome porque estamos nesse fim do mundo que não acaba, acompanhando os créditos, esperando o que vai acontecer depois. Mas também é pra mostrar que estaremos aqui, independente dos negócios multimilionários que cê vê antes ou depois, fazendo o nosso trabalho. Porque, acima de tudo, isso não é só o que a gente gosta de fazer. É o que sabemos fazer. Seja bem-vinde!